Monociclos e smartphones
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Monociclos e smartphones sem botões: onde está o usuário nessas tecnologias?

Mercado tem apresentado produtos que soam revolucionários, mas ainda há dúvidas sobre o papel do usuário nessas soluções.

Sempre que empresas como a Apple estão prestes a lançar algum produto novo, a comoção midiática é tão grande quanto a ansiedade dos consumidores para descobrir o que está a caminho. E se nesse ponto já conhecemos a velha polêmica sobre o consumismo e suas consequências, por outro vale a pena trazer mais uma perspectiva para essa discussão: não só os consumidores são pautados por aquilo que suas marcas preferidas lançam, como o mercado acaba se sentindo compelido a adotar as mesmas tendências que as marcas líderes adotam. 

Oras, se o design de serviços é pensado justamente para que a oferta de produtos e serviços seja feita com base na experiência do cliente, por que várias empresas ainda se prendem tanto às premissas de efeito manada? 
Vejamos um exemplo recente discutido no podcast Gadget Lab, do Wired, sobre veículos de uma roda só e celulares sem botões.

O “advento” recorrente dos monociclos

Eles voltaram com bastante força no último ano, acompanhando o hype do patinete elétrico. O fato é que a busca por soluções de mobilidade ecologicamente sustentáveis voltaram a dar holofote para esse tipo de transporte, que não pode nem de longe ser considerado uma novidade. Há quase duas décadas, um irmão dos monociclos surgia no mercado acompanhado de muita polêmica: o Segway, veículo de duas rodas que chegava como promessa de mobilidade revolucionária. Mesmo tendo criticado o design do produto nos bastidores, naquela época Steve Jobs chegou a afirmar que o veículo se tornaria tão necessário quanto um computador

O lançamento foi um fiasco. Em vez de vermos as ruas tomadas por Segways ao redor do mundo, o produto se limitou a usos pontuais. Permanece no mercado, mas de forma bem tímida. Agora, os monociclos vem ganhando aderência, mas será que o mercado acompanha esse momento pensando nos desafios existentes? Alguns dos pontos levantados no podcast valem ser reforçados aqui: falta de regulamentação para o uso desse meio de transporte e a necessidade de readequação das cidades para que ele seja incluído amplamente de modo mais seguro. Além desses fatores que dependem de políticas públicas, vamos considerar também a usabilidade. Usar um monociclo não é simples e intuitivo como andar de bicicleta. 

E não nos interpretem mal: a intenção aqui não é condenar ou descartar o monociclo, mas é válido levantar o questionamento: o usuário está de fato sendo levado em consideração nessa escalada do produto ou estamos vendo apenas uma solução sendo recriada para aproveitar a nossa urgência em buscar soluções de mobilidade? 

Mobilidade sustentável é um motivo mais do que nobre para que o monociclo tenha sua oportunidade para brilhar, mas ele precisa ter feat com aquilo que o usuário realmente precisa para se sentir seguro, confortável e naturalmente interessado em adquirir o produto. Caso contrário, o consumidor se acostuma com algo que existe, em vez de pautar o que o produto deve ser.

Os celulares sem botões

No mesmo sentido, estamos observando um momento em que empresas de tecnologia estudam protótipos de celulares sem botões físicos, apenas digitais –  o que significa não só uma mudança de design, mas toda uma virada de usabilidade. E ainda que essas adaptações estejam sendo feitas pensando em adaptações válidas, como uma interface com maior feat com a tecnologia 5G e em smartphones mais customizáveis (há projetos para que o usuário personalize onde vai usar botões digitais).

O grande ponto nessa discussão é que aparentemente as empresas não sabem dizer com certeza se as pessoas realmente querem telefones sem botões. Novamente, por mais que existam argumentos por trás dessa mudança, parece muito mais uma solução imposta do que algo de fato centrado no usuário. 

Chama mais atenção ainda uma bola levantada pelos especialistas durante a discussão: o celular sem botões parece ser o tipo de produto que será lançado amplamente por várias marcas uma vez que a Apple assumir a frente disso. E assim, voltamos ao ponto de partida desse artigo: onde é que o usuário entra quando a adoção de novas tecnologias surge por efeito manada?

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